segunda-feira, abril 30, 2007

Museus

Museus. Aí estão sítios que não visito amíude. Falta de tempo não é desculpa. Desinteresse, isso sim é a razão. Até porque não posso dizer que se deve aos preços dos bilhetes, porque pelo menos em Cracóvia, e julgo que em outras partes do país, existem muitos museus que aos Domingos têm entrada livre.
Fantástico, pode-se então concluir do parágrafo anterior. Eu não seria tão entusiasta. Primeiro, nem todos têm entrada livre ao Domingo. Segundo, entrada livre significa mais pessoas, logo menos descanso para apreciar o museu. E houve algo que se passou à cerca de umas semanas que me irritou profundamente. Estava eu no Castelo em Cracóvia, e queria ir ver os aposentos reais. Fiz de propósito para ir num Domingo para poupar uns trocos, chego à bilheteira e confirmo que a entrada era gratuita, mas tinha mesmo assim de ir levantar um papelucho. E não é que a rapariga me diz que já não havia bilhetes. Isto às 14h. Fiquei foi sem perceber bem se o limite de bilhetes só ocorre no Domingo quando eles são livres ou sempre. Facto é que, quem chegar num Domingo ao início da tarde ao Castelo Wawel, arrisca-se a não ver as melhores partes, mesmo que queira. Como solução de recurso fui ver um sino de oito toneladas. Não é bem a mesma coisa que aposentos reais, não é não.

sexta-feira, abril 27, 2007

Numismatikowska

Como a imaginação não abunda numa sexta-feira, este post é dedicado à moeda polaca, Złoty. Este é um nome que já vem de vários séculos atrás, embora nem sempre tenha sido a única moeda usada na Polónia. Złoty é também adjectivo que significa dourado. Em termos de câmbio, actualmente 1 Euro vale 3,8 Złoty, mais coisa menos coisa.
As moedas, bem, são uma chatice, pois existem ainda em circulação moedas de 1 grosz. O grosz é o nome que se dá aos cêntimos, portanto, pode-se concluir o valor que tem uma moeda de 1 grosz. Ou de 2 groszy. Lixo, puro lixo. Não sei porquê, mas guardo-as. Além destas, existem as de 5, 10, 20, e 50 groszy. Seguidas das de 1, 2 e 5 Złoty. De forma não surpreendente, as moedas são mais bonitas do que as de Euro portuguesas. Gosto particularmente da de 5. E da de 2.
Quanto às notas, os valores são de 10, 20, 50, 100 e 200. As de 200, confesso que ainda não pus a vista em cima. Por cobardice e forretice ainda não fiz o teste de deixar uma nota ir à máquina de lavar para ver se resiste. Duvido. E não tenho a certeza se já referi no blog, mas nos estabelecimentos de comércio de cada vez que entrego uma nota, fazem questão de a levantar e olhar para a mesma. Ainda não percebi porque o fazem.
Como curiosidade, até há cerca de 12 anos havia na Polónia notas em circulação no valor de até 2 Milhões de Złoty! Desconfio que a inflação devia ser alta pelos anos 80 e 90.

quinta-feira, abril 26, 2007

Espaço para a publicidade - II

Outdoor grandito algures num campo adjacente à auto-estrada, no caminho entre Opole e Katowice. Se a rua não for conhecida, é complicado sacar o número de telefone enquanto se conduz.

quarta-feira, abril 25, 2007

Sacu plasticu

Local: Cracóvia. Situação: Compras de supermercado. Que compras: pão, três latas de fruta, uma lata de feijão, dois pacotes de sumo (2L cada), três pacotes de bolachas e um garrafão de 5L água. Distância a percorrer com as compras: 100m. Duração do trajecto: 5min. Serei lento? Não terei força suficiente? Algo inesperado sucedeu? Nada disso. Culpado: o saco de plástico (4 neste caso).
Pela Polónia, nos supermercados não se paga pelos sacos de plástico (pelo menos de forma directa). Todavia, o que "oferecem" são frágeis coisas que com segurança suportam no máximo 1.5kg. E se os objectos tiverem arestas um pouco mais fortes, a probabilidade de o saco se rasgar é grande. São coisas transparentes, sem publicidade nenhuma, e semelhantes ao que em Portugal se usa para pôr a fruta. Que se evite o desperdício e tudo e tudo, coiso e tal sim senhor, mas porra, aqui cada vez que venho do supermercado fico com o coração nas mãos só de pensar que qualquer dia as minhas compras espatifam-se todas no chão, porque estes forretas têm uns sacos de plástico hiper-frágeis. A analogia que faço com isto será para o mundo do papel-higiénico. Há aquele mais barato, e que na maior parte das situações desenrasca, mas que por não ser de folha dupla, fica na loja. Há situações na vida em que não se deve arriscar.
Outra coisa onde se nota que os polacos são hiper-poupados é nos guardanapos. Quando vou ao meu estabelecimento de fast-food favorito (cujo nome começa por M, e acaba em ALDS), é naturalíssimo receber só um guardanapo. Só um!

terça-feira, abril 24, 2007

História da Polónia às três pancadas - VI

A Lituânia era um dos últimos países pagãos da europa do século XIV, o que era algo estranho portanto que se tivesse unido com um país católico como a Polónia. Assim, foi normal que esta paganice acabasse, e após a união, houve baptismos em barda de malta lituana.
Mas foi no aumento do poderio militar que reside uma das principais razões/vantagens para esta união. Assim sendo, foi-lhes possivel começar a vencer o reino dos Cavaleiros Teutónicos, e cuja batalha mais conhecida foi a de Grunwald, em 1410. A machadada final contra este reino foi a guerra dos treze anos (1454-66), tendo eles ficado somente com uma parte do nordeste da Polónia chamada Prússia Leste. E a cidade de Danzig (hoje Gdansk) ficou com uma situação de meias-tintas, pois se por um lado era independente e dominada por mercadores estrangeiros, também respondia em última instância ao rei Polaco.
Ultrapassados estes, as preocupações viraram-se mais para as ameças vindas do leste (nomeadamente e mormente os Tártaros e os Muscovitas). Não havia sossego, bolas.

domingo, abril 22, 2007

Especial Polónia - Diário Económico - Comentários

Começando pelas curiosidades sobre opiniões expressas nos artigos do DE, e pelo mais trivial possível: sítios para sair à noite em Varsóvia, de acordo com alguns tugas ai residentes. Ao ler as suas sugestões, entre outros, um nome vem muitas vezes à baila: Cinnamon. Ou em português, o Canela. Muito bem, para quem não saiba, este restaurante/clube fica bem perto do monumento ao Soldado Desconhecido, e num prédio de escritórios. É uma loja grande, com uma tenda para um páteo, pouquíssimo espaço para dançar à vontade, música nada de especial (house comercial/pop) e com garrafas de Moet & Chandon a 300 Pln (eur 75). Já vi num guia de Warsaw o comentário acerca deste sítio como algo do estilo: "se conseguirem passar os idiotas dos porteiros, entraram no melhor de Plastic Warsaw". Resultado: Clientela com uma forte componente de estrangeirada (expatriados), média etária 30 anos, demasiados bombeiros (entenda-se, homens), e os 30% de mulherio é o que se espera - superficial mas p.b. (entenda-se podre de boa). Há sítios melhores e mais confortáveis em Varsóvia, sem dúvida.
É mencionado também no artigo, que viver em Varsóvia pode custar entre 1000 e 5000 Eur. O mesmo tipo de raciocínio aplicado por exemplo à compra de um carro (pode variar entre 250 e 100000 Eur). Não vivendo em Varsóvia, mas já tendo visitado várias vezes, só posso dizer que com 1000 Eur por mês, um jovem português e solteiro fará lá a mesma vida com esse dinheiro que faria em Lisboa tendo de ser independente em tudo. Nada de extravagâncias portanto.
A frase mais surpreendente é: "Os polacos só se excedem em termos de violência, quando o assunto é futebol.". Falso. Se é verdade que o futebol é um potenciador de violência, o busílis da questão está na quantidade de alcóol absorvida. E como para muitos polacos, uma saída à noite tem de ter bastantes copos, há outros pretextos para além do futebol que pessoas bêbadas recorrem. E ser estrangeiro, para uma minoria (mas não tão pequena assim), pode servir como pretexto. Mas concordo que Varsóvia e a Polónia tem mais segurança que Portugal.
Quanto à agilização do processo de criação de empresas, acredito perfeitamente que seja possível conseguirem tornar isso mais rápido. Para mim, a nível pessoal as coisas até foram rápidas. Talvez algumas ajudas passam pelo facto de não ter cartão de contribuinte (tenho uma fotocópia), ou não ter cartão de residente (tenho fotocópia). De certeza coisas como estas aceleram os processos.
Palavra final para os gémeos Kaczynski. É verdade que não são os indivíduos mais fotogénicos e atraentes. E muitos polacos fazem pouco deles, nomeadamente do Primeiro-Ministro. Que o homem seja solteiro, nada de mal nisso. Que viva com a mãe, mostra apego à família e se calhar a senhora até é viuva e sentir-se-ia muito mal sozinha, e ele como bom filho faz o sacrifício. Agora, que o senhor apareça em público com pelos de gato nas calças, com a breca.

quarta-feira, abril 18, 2007

Especial Polónia - Diário Económico

A semana passada surgiu no Diário Económico um especial sobre a Polónia. Admito que me escapou isto, e teve de ser uma amiga portuguesa, em Portugal, a chamar-me a atenção para isto. O site é http://diarioeconomico.sapo.pt/, e basta ir à parte que diz: Especial Polónia. Alguns dos links para alguns textos podem não funcionar, pelo que para os ler, tive que fazer a pesquisa pelo título de cada um, um a um. Mas li-os.
Ainda são algumas páginaszinhas sobre a Polónia, e prometo que com mais tempo irei emitir uma opinião mais específica em relação a algumas divergências de opinião relativamente aos assuntos abordados. Fico é triste de não ter sido consultado para este especial sobre a Polónia. Chuif.

quarta-feira, abril 11, 2007

Páscoa - o rescaldo

Como não me preparei convenientemente, já muitos outros emigras tugas falaram das tradições pascais. É só verificar alguns dos sites que estão nos links do lado (Tiagowski, J2P, Lugar da Esperança, Conhecimento do Inferno, Sem Fim) para perceber um pouco mais da Páscoa polaca.
Resta-me pois apenas fazer um rescaldo de como correram estes dias. Quer em Cracóvia, quer em Wroclaw, as cidades estavam ao mosquedo. Pouquíssimas pessoas a circular, restaurantes fechados (muitos), supermercados fechados (quase 100%). Julguei mesmo ver bolas de feno a rodar, qual cidade do faroeste americano. Isto porque, esta é mesmo uma altura em que os Polacos se dedicam a passar com as famílias, em casa. A excepção a isto, é para irem até às igrejas, levando consigo uma cestinha de ovos pintados para benzer.
Já agora, e após conversas com nativos, parece que tal como com o anúncio do J&B, a tradição já não é o que era. Houve muita moçoila que não levou sequer uma gotita de água em cima (e não, não são feias). E até eu tive medo de apanhar gangs de miúdos a molharem-me, e afinal, nicles, neribi. Quanto a mim, eu só não sai à rua de balde ou mesmo penico de água na mão, porque sendo estrangeiro, podia ser dificil explicar porque andava a molhar o pessoal. Talvez para o ano.

terça-feira, abril 10, 2007

As escolhas do professor VII

Este livro como se poderá deduzir, não é especificamente sobre a Polónia. É antes uma análise transversal de vários acontecimentos que ocorreram no mundo durante este ano - 1968. Com uma perspectiva americana nítida, é dado também enfoque especial aos movimentos sociais, particularmente os movimentos estudantis.
A guerra do Vietnam e os protestos contra a mesma; o assassinato de Martin Luther King e a luta contra o racismo nos EUA; os movimentos estudantis na Polónia durante Março; os desenvolvimentos em Cuba; o Maio de 68 em Paris; a Primavera de Praga e a consequente invasão pelas forças do Pacto de Varsóvia, são só alguns exemplos do que é abordado. Assim, é possível perceber melhor o enquadramento em que ocorreram os protestos dos estudantes polacos contra a falta de liberdade, sendo já nessa altura evidente a importância dos líderes Jacek Kuroń, Karol Modzelewski e Adam Michnik, assim como a influência dos acontecimentos na vizinha Checoslováquia.
Não sendo um livro brilhante, é fácil de ler, pecando a meu ver por se dispersar em pormenores desnecessários, pelo que páginas houve que foram saltadas por mim.

domingo, abril 08, 2007

Espaço para a publicidade

Outdoor em tamanho XL a uma cadeia de lojas de vestuário, numa parede lateral de um prédio de 3 andares em Wrocław.

quarta-feira, abril 04, 2007

Modas

Os polacos fartaram-se de andar à batatada durante séculos. São um povo de lutadores, como toda a gente sabe. E de facto esse espirito parece ter passado bem para as populações mais jovens, ou pelo menos para um grupo não tão pequeno deles. Isto porque nunca estive num país onde visse tanta gente, e especialmente jovens a usar roupa com padrões de camuflado do exército. E não se julgue que são só os polacões, de cabelo rapado que usam isto. Também se vêm (demasiadas) gaijas e putos com este tipo de roupas.
Confesso que me parece um pouco estranho, esteticamente está ao mesmo nível ou mesmo abaixo do fato de treino, e por vezes parece mesmo rídiculo em certos contextos sociais. Falando sem muito conhecimento de causa, desconfio que isto sejam influências dos partidos de extrema-direita, facção política que na Polónia tem algum peso. E eu a pensar que tendo deixado de andar no inter-regional para Lisboa, já não veria mais fardas. Afinal, vim parar a um país, onde 1 em cada 10 gajos é um Telmo, vestidos como na tropa!

terça-feira, abril 03, 2007

Guia Mabor - Restaurantes

Um dos ícones da restauração em Cracóvia, e com uma rede de outros restaurantes pelas principais cidades da Polónia é o Rooster (www.rooster.pl). Por cerca de Eur 6 é possível comer bemzinho, numa localização excelente a 2 passos da praça central, com uma boa esplanada no 1º andar e tudo. Tem é um pequeno senão. A clientela do restaurante é maioritariamente masculina e oriunda das ilhas britânicas. Desconfio que seja devido aos trajes das empregadas: um top branco e uns calçõeszitos vermelhos que das duas uma - ou são 3 números abaixo ou encolhem sempre na máquina de lavar.
Especialidades da casa: Peitos e pernas.

segunda-feira, abril 02, 2007

E nos entretantos estamos na Primavera

Primavera. Ou em Polaco, Wiosna. Passaritos a cantar, sol radiante, folhas a despontar, sorrisos nas faces das pessoas. Pois não foi bem isso que aconteceu no primeiro dia de primavera em 2007 na Polónia. Ao invés, nos primeiros dias caiu mesmo neve.
Mas tudo isso já parece agora bem para detrás das costas. De facto, na última semana de Março e até agora têm estado uns dias espectaculares de sol. E já as flores voltaram a ser plantadas nos jardins, e as árvores começam a ficar mais coloridas. Aliás, a título de curiosidade, em polaco o mês de Abril chama-se Kwiecień, muito próximo de nome dado às flores (Kwiat). Para quem queira fazer turismo na Polónia, recomendo este e os próximos meses, isto porque no Verão a probabilidade de apanhar umas chuvadas de categoria não é pequena. Maio, já tenho marcadinhos 10 dias de férias, para se tudo correr bem, um vá para fora cá dentro na Polónia. Ah, que bonita que é a Primavera.