segunda-feira, junho 19, 2006

(Pre)conceitos sobre a Polónia

É triste, mas durante as primeiras horas na Polónia, fui fazendo o exercício mental de tentar esquematizar todo o meu conhecimento do país, e o resultado foi pouco mais do que confrangedor:

- Ex-país do bloco do leste, e onde foi assinado o Pacto de Varsóvia;
- Com a dimensão de Espanha (quer em população, quer em área);
- Uma das principais vitimas da Alemanha nazi durante a II Guerra Mundial, e onde se encontra o mais tristemente famoso campo de concentração (Auschwitz);
- Pátria do Papa João Paulo II (cardeal de Cracóvia se não estou em erro);
- Lech Waleza foi o presidente do pós-comunismo;
- Existem emigrantes aos pontapés nos Estados Unidos, principalmente judeus que fugiram aquando II GG, e já agora, todos os polacos são fanáticos por Polka;
- Todos os nomes de família acabam em icz ou ski;
- A língua que todos usam rotineiramente será o russo ou então o alemão;
- Em termos de comportamento e hábitos, devem ser parecidos com os alemães;
- E claro, estão lá presentes dois grandes grupos portugueses: a Jerónimo Martins com a Biedronka e o BCP;

E foi basicamente com isto que me deparei ao fim de vários (longos) minutos de reflexão. Realmente, devia ter comprado um guia de viagens para ter ao menos uma página sobre a história deste país.

Espero ao longo deste blog, aprofundar bem mais a veracidade (ou não) destes e de outros pontos.

sábado, junho 10, 2006

Polónia, impacto inicial


O primeiro contacto com a Polónia ocorreu em Agosto de 2005 aquando de um demasiado curto interrail. Todavia, a minha entrada ocorreu por uma viagem de autocarro entre Tallin e Varsóvia.

Primeiro choque foi o tipo de autocarro que estava a fazer viagens internacionais (um mercedes, com à vontadinha uns sólidos 30 anos, o que até nem é novidade em Portugal, pois também nós importamos sucata deste calibre).

Segundo choque o tipo de condução praticada pelo condutor (visivelmente com uma pele rosada, provavelmente apreciador de bebidas alcoolicas). Numa estrada com uma faixa para cada sentido, não havia inibições em fazer ultrapassagens mesmo que venham outros carros no sentido oposto. Para isso, quer o veiculo ultrapassado quer o que venha no sentido inverso, têm ostensivamente de circular pelas bermas para “abrir” espaço. Depois de alguns sustos deste calibre, finalmente apercebi-me de um pormenor. Na Polónia é normal a faixa longitudinal delimitadora das bermas ser descontínua, para permitir mesmo este tipo de ultrapassagens. Portanto, para estes meninos, uma estrada pode num segundo ter duas faixas, e noutro três. A mim, que tinha na ideia que a Polónia fosse um país bastante rígido, isto pareceu-me bastante arriscado, e mesmo uma surpresa dada a perigosidade disto.

Mas tirando este pormenor, a viagem correu sem outros sobressaltos até Varsóvia. E muito embora tenha sido apenas um ponto de passagem entre uma viagem de autocarro e o comboio até Cracóvia, do que vi de Varsóvia pareceu-me que é uma cidade com fortes influências da invasão comunista, com fortes influências de um passado industrial. Após chegar de autocarro, tive de apanhar um outro (urbano) até à estação principal de comboios (que fica pelo que me apercebi), numa zona central da cidade. Para quem como eu tinha estado há poucos dias em países escandinavos, e em que era fácil pedir informações em Inglês, na Polónia é algo complicado encontrar pessoas com mais de 30 anos que falem Inglês. Mesmo assim, não me pareceram arrogantes ou demasiado frias. Mas claro, não notei a simpatia e a prontidão para ajudar que nós portugueses temos. Se tivesse de dar uma nota à Polónia neste momento, não passava de um 12/20!