sábado, julho 31, 2010

RTP - Radar de Negócios sobre a Polónia

O programa Radar de Negócios dedicou um programa à Polónia, mais concretamente às operações do grupo Jerónimo Martins (Biedronka), Mota-Engil e o Millennium BCP (Millennium Bank): http://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=15928&c_id=7&dif=tv&idpod=42434 .
Para quem não conhece nada das operações destas três empresas na Polónia é sem dúvida uma reportagem útil. Para os que já têm contacto com a Polónia, este programa só se foca num dos lados da moeda (ie, as coisas boas da Polónia). Mas o país está longe de ser fácil, exige paciência aos investidores e se isto fosse um programa jornalístico também falariam das dificuldades do mercado. Como é um programa de infopublicidade, fica-se com a ideia de que na Polónia aplica-se a máxima "veni, vidi, vici".... o que não é bem assim.

Espaço para a publicidade - XIII

O capitalismo selvagem pós-comunista no seu melhor. Uma fachada de um prédio em Lublin completamente atafulhada de anúncios, algo banal por essa Polónia fora. O ponto mais positivo é que isto dá cor aos edifícios cinzentões, mas no cômputo geral é de uma grande salganhada em termos de comunicação. Em todo o caso, como isto estava frente à estação de autocarros, vale a pena arriscar colocar mais um.

segunda-feira, julho 26, 2010

Guia Mabor - Restaurantes VI

Porque Varsóvia consegue ser significativamente mais cara que as restantes cidades, fica aqui a sugestão de Kebabs ou fritos pseudo-asiáticos a um preço bastante acessível. Esta foto é de uns pardieir...tasc......mini-restaurantes-em-barracas em pleno centro de Varsóvia.
Várias vezes quando a vontade de cozinhar era pouca, fazia aqui uma paragem para a janta. Salvo erro o kebab era uns 8Pln mais uma Fanta a 3Pln. Se fosse para uns restos de porco frito num wok com umas rodelas de ananás já ia para uns 15pln (+- 4Eur).
Em termos de relação preço-qualidade não se ficava mal servido, e a localização era simplesmente bestial (meio caminho entre a minha casa e a zona de bares/clubes) e com horário bem alargados. O equivalente português é a roulotte com as bifanas servidas por indivíduos de ar manhoso de camisa desabotoada até ao umbigo. Sítios destes há-os em todas as cidades polacas, e pelas suas pequenas dimensões até é possível ver as "condições" de higiene dos mesmos. Como se diz: o que não mata, engorda.

sábado, julho 17, 2010

Alexandre Soares dos Santos sobre a Polónia

Alexandre Soares dos Santos, Presidente do Conselho de Administração da Jerónimo Martins, falou no programa "Plano Inclinado" da SIC durante uns minutos sobre a Polónia. Deixo aqui algumas notas soltas do que ele disse:
- "Na Polónia existe uma justiça a funcionar, uma estabilidade do sistema fiscal e a legislação laboral é melhor (comparando com a portuguesa)".
- "Há muita mão de obra disponível, a percentagem de desemprego é elevada, na volta de 18%,
O que existe é uma mão de obra muito boa, bem preparada. É não só o ensino secundário mas a especialização (na escola). E uma vontade enorme de aprender. …. Porque o polaco trabalha para entrar na Universidade. Aquilo que nós notamos na Polónia é que os jovens vindos das universidades têm muito mais experiência de vida do que os jovens portugueses saidos das universidades. Porque viajaram muito…trabalhando. Não é que a nossa massa cinzenta seja pior, pelo contrário. Tem uma capacidade de adaptação brutal."
Face a isto, um dos autores do programa - Medina Carreira - conclui que "talvez os nossos candidatos a governantes devessem passar um semestre na Polónia: com tribunais a funcionar, um sistema fiscal estável, mão de obra preparada pela escola".
Como é típico do português, a galinha do vizinho é sempre melhor que a nossa, pelo que o entusiasmo do Medina Carreira deve ser contido. Sobre a justiça polaca, como nunca tive de ir a um tribunal polaco, até posso acreditar que possa ser melhor que a portuguesa, mas pela maneira como funcionam os processos de licenciamento onde também abunda a corrupção e amiúde total ausência de prazos, tenho as minhas dúvidas sobre quão melhor seja a justiça. Sobre o sistema fiscal concordo que há muito mais apoio e interesse do governo polaco em atrair investimento. Na legislação laboral, poucos países NO MUNDO são mais rígidos/comunas que o português.
Na parte da mão de obra é que tenho mais renitência em concordar com tudo o que foi dito. Para começar, a taxa de desemprego na Polónia não é nada 18%. Já foi. Actualmente anda na casa dos 11%, e provavelmente no final deste ano a portuguesa será superior à polaca. Depois, só por brincadeira (ou engraxanço) se pode dizer que a escola polaca, na generalidade, prepara bem os alunos. O que eu assisti, na maior parte dos casos, foram alunos que tinham só de empinar, empinar tudo aquilo que o professor queria, não havendo muito espaço a raciocínio crítico. Por exemplo, são bem públicas as críticas ao exame final do secundário (chamado Matura) onde dois escritores e/ou jornalistas consagrados fizeram o teste, e um deles chumbava e o outro tirava uma nota miserável na parte de polaco (escrita e interpretação), tudo porque não respeitavam os critérios/regras. E daí surge que a capacidade de adaptação de um polaco "normal" não é nada por aí além. O que ele diz, e isso sim, faz muita diferença, é o facto de muitos estudantes universitários trabalharem durante as férias (no estrangeiro). Isso é que é o ponto forte dos estudantes polacos que demonstra a sua ambição, não o sistema de ensino, que pela amostra das pessoas com as quais trabalhei, é tão ou mais fraco que o português.
Ps: Devo fazer aqui uma declaração de interesses. No último semestre de faculdade, estive no recrutamento de jovens talentos para a Jerónimo Martins, cheguei à última fase que incluiu entrevistas e almoço com administradores (Luis Palha incluido), e sem dúvida que foi o melhor processo de recrutamento onde já participei, pelo que afianço a aposta que a empresa faz nos jovens. Tivesse eu estado mais motivado naquele dia e não achado tão estranho que estivesse a "concorrer" directamente com malta de Engenharia Alimentar/Agrónoma (eu sou de Economia) para uma área operacional, se calhar tinha ido para a Polónia dois anos mais cedo do que fui.....ou não.

domingo, julho 11, 2010

3 Fiat Maluch da Polónia para Portugal

É sempre com satisfação que escrevo sobre road-trips. 5 Erasmus tugas e 1 espanhol decidiram que a maneira correcta de regressar à pátria era de Fiat Maluch, e vai dai compraram 3 bólides e fizeram-se à estrada no dia 9 de Julho a partir de Poznań.Pelo que já li e vi nos vídeos, a viagem parece ter sido planeada com base na famosa técnica do desenrascanço. Desde partirem após uma noite sem dormir, de um dos carros não estar atestado de gasolina, ou ainda em Poznań estarem a discutir via rádio UHF se devem ir pela auto-estrada ou não. Palpito uma viagem cheia de estórias! O blog da viagem é: http://www.3maluchtrip.blogspot.com/.

sexta-feira, julho 09, 2010

História da Polónia às três pancadas - XIX

Para descrever o que se passou na Segunda Grande Guerra Mundial na Polónia de forma minimamente assertiva e não maçuda, será feito por partes.
Durante a guerra, milhões de civis - incluindo virtualmente todos os judeus polacos - estavam destinados a serem executados em campos Nazis de concentração (http://en.wikipedia.org/wiki/Nazi_concentration_camps) que pouco após a invasão foram estabelecidos em território ocupado. Simultaneamente, os que eram feitos prisioneiros pelos soviéticos tinham como destino os não menos infames gulags (campos de extermínio pelo trabalho) - http://en.wikipedia.org/wiki/Gulag .
Logo na primavera de 1940 ocorreu um dos eventos que mais marcou (e ainda marca) os polacos: o massacre de Katyń (http://en.wikipedia.org/wiki/Katyn_massacre). Numa frase, Estaline decidiu eliminar a elite militar e de intelligentsia (médicos, professores, juristas) da Polónia num total de 21768 pessoas. Este massacre foi sempre negado pelos soviéticos até 1990.
A parte mais ocidental da Polónia foi desmembrada e integrada (p.ex Poznań) em territórios alemães já existentes, ou criadas novas zonas alemãs (ex. Gdańsk). Tudo o resto, incluindo Cracóvia e Varsóvia ficou sob administração alemã, que foi uma estrutura que visava explorar o trabalho dos polacos enquanto a guerra durasse. Aqueles que viviam na zona ocidental-central foram obrigados a deslocar-se para o centro da Polónia de modo a facilitar a germanização. Quem era de Gdańsk não precisava de se mudar, desde que mudasse para nomes alemães e naturalmente nacionalidade também.
Nota: Baseado no resumo do livro "The Rough Guide to Poland".
Nota II: O mapa mostra a não só a realidade das fronteiras da Polónia em 1937, bem como a diversidade cultural que tinha.

sábado, julho 03, 2010

Velharias - clássicas - nas estradas polacas

O primeiro é um belo Ford Taunus algures dos anos 70 com uns sapatões montados e vi-o em plena stare miasto varsoviana. E a cor assenta que nem uma luva.
O segundo é produto caseiro (mais ou menos porque foi construido sob licença da soviética Gaz, e seu modelo M20 Pobeda) da FSO - Fabryka Samochodów Osobowych. Este aqui é um FSO Warszawa 223 (2ª geração) de finais dos anos 60. Este andava também pelo centro de Poznań.
Nota: Obrigado ao consultor automóvel Ricardo Taipa pela muita ajuda.