domingo, outubro 26, 2008

História da Polónia às três pancadas - XIII

Estando sob o jugo de 3 monarquias imperiais absolutistas, foi mais do que natural que os polacos abraçassem os ideiais revolucionárias vindas da França. Tanto assim foi que muitos se exilaram em França num acto de resistência, e mais do que isso, foram constituidas legiões (3) polacas que lutaram com as cores de França na esperança de que um dia também conseguissem libertar a Polónia. Esperanças frustradas, pois nunca chegaram a lutar na Polónia.
De facto o Napoleão abriu mato pela Prússia adentro e conseguiu que fosse criado em 1807 um pequeno território chamado Ducado de Varsóvia. A malta obviamente ficou entusiasmada pois consegui-se criar algo com uma administração, exército, constituição parlamentar polacas. Todavia, o manda chuva estava sujeito a ordens francesas, o que por outras palavras significa, os planos expansionistas de Napoleão. Expandir para onde? Para leste! Leste significava guerra com a Rússia.
Como as invasões até ao momento até estavam a correr a jeito (Portugal que o diga também, franceses ladrões de merd*), em 1812 estala guerra à séria com a Rússia. As tropas chegaram a Moscovo, mas porque esta tinha sido previamente evacuada, logo não chegou a existir uma capitulação formal da Rússia. Aliás, a capital política era São Petersburgo. Saltando muitos detalhes, basicamente Moscovo foi com os porcos (incendiada) e com o contra-ataque russo os franceses iniciam a retirada desta invasão. O problema é que a geografia na Rússia é diferente do resto da Europa, as distâncias maiores, menos comida e mais frio (muito mais frio). Aliado a isso, os ataques russos aos abastecimentos às tropas francesas, e foi o início do fim da hegemonia napoleónica.
Com a retirada das tropas napoleónicas destas bandas, quem se lixou a seguir foram claro está os polacos que levaram na trombeta da Rússia e da Prússia. Aliás ao invés de se renderem, as tropas polacas preferiram lutar até ao fim mesmo com baixíssimas possibilidades de vitória. E algumas amantes polacas também deixaram de servir um ditator rodas baixas oriundo da Córsega. É o que dá confiar em francius.
Veio o congresso de Viena (1814-15), em que ficou decidido que não senhora, não ia voltar a haver Polónia independente. Isto porque a Rússia não iria ceder neste ponto, e os outros países também não estavam inclinados para ir contra a Rússia só por causa da Polónia. O Ducado de Varsóvia passou a chamar-se Reino de Congresso (Congress Kingdom) sob comando de Adam Czartoryski que obviamente recebia uns bitaites (ie, ordens) do Czar.

ADENDA: O Ricardo (www.tugasnapolonia.blogspot.com) teve o cuidado de me chamar à atenção que houve militares polacos envolvidos nas invasões francesas a Portugal (concretamente ao Porto). Cuidais que alguma vez na história houve portugueses envolvidos em invasões da Polónia, hein? No máximo, o mais próximo disso são as invasões de pêra rocha nas prateleiras dos Biedronka. E se mau já é existir uma rua em Vila Nova de Gaia chamada Rua dos Polacos, pior ainda é verificar que essa rua tem confluência na Rua do nosso poeta zarolho e é paralela à Avenida da República! Mais uma prova da incompetência do Menezes.

quinta-feira, outubro 23, 2008

Viagens na terra de outros - Sopot

A escassos km de Gdańsk fica a cidade de Sopot. Para os apressados há sempre a estrada ou o comboio, mas para quem gosta de ver gruas de estaleiros navais de Gdańsk a descarregar cargueiros ou de gramar com umas valentes rajadas de vento tem de ir até Sopot de barco. Uns 30/40min.
Se tivesse de encontrar uma comparação para esta cidade de praia, diria que está para a Polónia, como Cascais está para Portugal. Com as devidas (grandes) ressalvas, claro. Isto porque no Verão, muito polaco de classe média/alta gosta de fazer uns 300km (de carro e durante os meses de Verão às 6as e domingos, 7-9horinhas de viagem) desde a capital para vir para ali passar o fim de semana, descansar pouco e estar basicamente com as mesmas pessoas com que está durante a semana.

Não tem uma marina é certo, mas tem um castiço e longo pontão construido em madeira. Nas redondezas só há um campito de golfe, mas o verde é coisa que não falta. Aliás, é característico das praias do Báltico que existam densas manchas de árvores logo a seguir à praia. Quanto ao clima, Sopot não foge à regra de toda a costa: podem estar 35ºC em Julho, mas em Sopot está sempre bem mais fresco...e ventoso....e chuvoso. Ondas, nem vê-las. E por fim, temperatura de água ao estilo Póvoa de Varzim, ie, causando nos homens o que é conhecido em inglês como „considerable shrinking”.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Fiat 126P - vendido

Pois é, lá vendi o meu Fiat 126P a um senhor que tem vários Fiat's clássicos. O destino que lhe dará tanto poderá ser um desmantelamento para peças como matrafice usando os documentos de um Fiat 126 (também amarelo) para fazer passar este carro por Português mudando apenas uns números de série e tal. Não sei o que fará com ele.
Perguntar-se-ão alguns porque é que eu vendi este maquinão, que na verdade foi o primeiro (e único) carro que comprei até ao momento. A razão é simples: para legalizar o carro de forma perfeitamente clara, teria de gastar uns Euro 1000. Tendo em conta que o carro me custou 1200 (mas Złotys), era algo ridículo de fazer. Assim, vendi-o, não havendo lugar a grandes nostalgias pois tenho lá um em casa (o primeiro carro que conduzi) a que quero, esse sim, voltar a dar atenção. Até lá, e enquanto não acabar o relato no www.fiat126pf.blogspot.com, lembro-me de uma canção de um grande artista que dizia algo como: "Vais partir naquela estrada....onde um dia chegaste a sorrir".

Ps: Nota que o meu Toyota não é este. O meu é branco, salpicado por ferrugem. Mas um dia ficará como este vermelhinho :). Bom, menos kitado e de branco.

Ps2: Quem gostar de carros facilmente reconhece que este é o popular Corolla KE-20. Quem não aprecia, que continue a comprar carros de plástico sem alma nenhuma só para os levar de casa para o trabalho (e nas férias da páscoa para ir buscar comida à casa dos avós na Beira Alta).

quarta-feira, outubro 15, 2008

Adenda aos Restaurantes Portugueses na Polónia - Vai haver bifana

Pois é, graças à vontade e empenho de um ilustre jovem empresário tuga (y su muchacha americanopolaca), a partir de meados de Novembro vai abrir em Varsóvia mais um espaço onde é possivel saborear comida portuguesa. O sítio de internet é www.ogrodowacafe.com.
Pronto, tanto quanto sei, no início terá apenas a popular Bifana entalada no menu entre a sande para florzinhas e a tortilha. No entanto imagino que muito bom tuga ao ver a bifana comece também a clamar pela Mini para acompanhar, ou uma sande de coirato (para desenjoar :) ) e quiçá se as coisas correrem bem, o Chef possa afixar na porta daqui a uns tempos algo como: "Mamy Pipis", que é como quem diz - "Temos pipis". Tenho a certeza que na Polónia não será dificil encontrar pipis com qualidade. Mas o tratamento a dar-lhes é que revela a mestria portuguesa.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Monos Comunistas II

Num post do ilustre Misha de 15 de Março de 2008, é possivel ler um olhar realista sobre a principal estação de comboios não só da Polónia, mas também de Varsóvia: http://mishanapolonia.blogspot.com/2008_03_01_archive.html. Mas também tinha de dar o meu bitaite.
Tendo como vista frontal o estalinista Palácio da Cultura e Ciência, é ladeada actualmente por um Hotel de 5 estrelas e um centro comercial/edifício de escritórios bastante moderno, torna-se ainda mais fácil caracterizar esta estação. Se fosse inglês, conseguiria usar só uma palavra: shithole! Em português, o significado mantém-se: um buraco de merda!
Todas as descrições são poucas, pois a verdadeira essência deste espaço está na míriade de cheiros que estranham-se e entranham-se (nas narinas e na roupa) sempre de cada vez que por lá se circula. E sim, aqueles túneis com lojas e kebabs, minha nossa. Para quem não conhece, imagine o Centro Comercial da Mouraria espalhado por uma dúzia de corredores subterrâneos de 2,5m de altura, com todas aquelas lojas e ainda à mistura sítios a fazer bifanas/chamuças/farturas.
E sim, é possível ter um retrato claro das desigualdades sociais após um quarto de hora a observar os utilizadores da estação. Mas em boa verdade digo, que Santa Apolónia também pouco melhor é do que este pardieiro.

segunda-feira, outubro 06, 2008

Já que se fala em marcar jantaradas - Restaurantes "portugueses" na Polónia

Aqui vão algumas referências aos sítios onde é possível (nuns sítios mais, noutro menos) comer comida portuguesa.
Em Cracóvia, a opção passa pelo Le Scandale (www.lescandale.pl), pois o chefe que por lá anda agarrado ao tacho é um ilustre alentejano. E já ouvi boas críticas acerca dos seus bifes.
Ainda em Cracóvia há outro restaurante (www.piri.com.pl) que apesar de não ter um chefe tuga, tem lá o caldo verde, frango piri-piri ou bacalhau. Só podem ter melhorado desde a última (e única) vez que lá fui, onde entre outras coisas se tinham esquecido/lido mal a receita de que as batatas no caldo verde eram supostas estarem trituradas e não em cubinhos.
Em Poznań não conheço nenhum restaurante onde se possa comer comida tuga.
Quanto a Varsóvia, tem o restaurante (www.portucale.pl) na Polónia com comida mais próxima da portuguesa, e onde é possível comer o famoso bitoque pagando Euro 12 (provavelmente por causa de o bitoque na Polónia vir com mostarda e ervinhas em cima da chicha e ovo). Neste restaurante o chefe/dono (português), ou já se esqueceu de como são em Portugal ou (o meu palpite) teve de modificar um pouco alguns pratos para adaptar os pratos ao gosto dos polacos. Não tem uma longa lista de pratos, alguns deles definitivamente estão longe do que é comida portuguesa (nunca mais me esqueço da sopa de espinafres....com caldo branco), mas só pelos excelentes pastelitos de bacalhau já vale a pena. Tem ainda boa vinhaça e outros produtos tugas à venda....por um preço um pouco maior do que a Biedronka.
Recentemente vi na net que há outro restaurante (www.bluecactus.pl) em Varsóvia que tem na carta algumas coisas portuguesas. Não conhecia, nem nunca lá fui, portanto é por vossa conta e risco.

Mas sinceramente, para jantarada tuga, o melhor é sempre fazer em casa de alguém algum prato com bacalhau e pronto!! Ou, então ide ao Rooster. Há em Cracóvia, Poznan, Varsóvia, que têm sempre umas pernas e peitos saborosos.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Estereótipo do Homem Tuga na Polónia

Para se ser um português “normal” (ou recém-chegado) na Polónia, são respeitados os seguintes pontos:
a) ou andam com cabelo quase rapado mas com barba de 4 dias (ao estilo Prison Break), ou então cabelo a mandar para o comprido (um estilo italiano tímido);
b) ter feições/cor de pele que levam os polacos a pensarem que são ou do Sul da Europa ou do Norte de África (tudo igual para eles, pois portugueses são considerados exóticos);
c) ter uma larga colecção de camisas aos quadrados (a calça creme é um opcional);
d) numa ida a uma discoteca, são facilmente identificáveis os grupos de tugas, pois se ainda é cedo (e não estão ainda suficientemente bêbados) estão encostados a pilares/paredes, sítios com um ângulo de visão amplo, de copo na mão, a fazer movimentos de 180º ou mais graus com o pescoço para olhar para a fauna que os rodeia, e partilhando entre eles um repetitivo: “dasse, aquela parece um helicóptero – boa e gira”, ou um mais sucinto “casava-me já!!”.
e) Por último, o ícone máximo. Se não conseguiram identificar o mamífero pelas características acima referidas, não há espiga. Basta ter o sapato de vela, e está identificado. E o autêntico marinheiro tuga (que em 95% dos casos nunca andou de barco à vela) é tão fiel ao seu sapatinho que até pode ser avistado com aquilo em pleno inverno.