domingo, agosto 27, 2006

Ponto (que devia ter sido) prévio #2 - Que raio de nome é este de Geraldo?

Já por várias vezes fui abordado acerca da origem do pseudónimo com o qual assino. Confesso que não é surpresa que apenas uma escassa minoria reconheça este nome. Assim sendo, e qual José Hermano Saraiva, aqui vai uma pequena biografia sobre este ilustre português, e espero que sejam óbvias as razões pelas quais acho que à minha dimensão, me identifico com este senhor.

"Geraldo Geraldes, personagem lendário na História de Portugal à época das lutas da Reconquista, posteriormente ficou conhecido pela alcunha de Geraldo Sem Pavor.
Personagem representativo do período de formação das fronteiras de
Portugal, acredita-se que fosse um nobre de trato difícil, pelo que muito cedo abandonou o norte de Portugal para tentar a sorte no sul do país, nas lutas contra os Mouros. Nessa qualidade, liderou como um caudilho um bando de salteadores e aventureiros. Aquando da conquista da região do Alentejo por D. Afonso Henriques, Geraldo Sem Pavor ofereceu-se como voluntário para tomar a cidade de Évora, bem como outras localidades vizinhas. Utilizando como base de operações o castro hoje conhecido como Castelo do Geraldo em Valverde e do qual existem algumas ruínas, introduziu-se nos muros da cidade, executando o governador mouro e entregando a praça ao soberano.
De personalidade imprevisível, foi um dos principais entusiastas da tomada de
Badajoz, campanha que, em 1169, viria a se revelar um desastre para as forças de D. Afonso Henriques em geral, e para as do próprio Geraldo em particular, que acabou por perder todas as suas terras excepto as do Castelo de Juromenha.
Afirma a tradição que o espírito aventureiro deste nobre o levou a
Ceuta, no Norte d'África, em missão de espionagem a serviço secreto de D. Afonso Henriques, que lhe havia recomendado a tomada daquela praça. Quando a verdadeira finalidade da operação foi descoberta, Geraldo morreu à mãos dos almóadas."

Ponto (que devia ter sido) prévio #1 - Etimologia do nome do blog

Divino
do Lat. divinu
adj.,
relativo ou pertencente a Deus;
sublime;
sobrenatural;
perfeito;
maravilhoso;
s. m.,
as coisas sagradas.
Polónia
A Polónia é um dos grandes países da Europa, limitada ao norte pelo Mar Báltico, a leste pela Lituânia, Bielorrússia e Ucrânia, ao sul pela Eslováquia e República Checa e a oeste pela Alemanha. A Polónia tem 38 milhões de habitantes e sua capital é Varsóvia.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Comes

Para quem me conhece, decerto sabe que em gastronomia não sou nenhuma autoridade, nem pouco mais ou menos. Por isso, falar de comida é algo melindroso para mim, por isso nem vou tentar caracterizar a comida polaca. Apenas digo que gordura, molhos e comida recheada é algo que abunda, ao invés de bom peixe, que é algo raro de encontrar (mas há sempre felizardos que já o conseguiram achar).
Apenas uma nota, para um dos pratos polacos mai típicos, o Pierogi. Este prato consiste em massa cozida e recheada em forma de pastel, cujos recheios mais comuns são carne, repolho ou batata com queijo. Eu comparo de certa forma este prato ao Kinder surpresa, pois o que nos pode calhar é sempre algo de inesperado. Ao contrário do Kinder, nem sempre as surpresas são boas com o recheio dos pierogis.

Zakopane


Homem, besta e a montanha

sábado, agosto 19, 2006

Cracóvia também vai a banhos - Opções B e C

Se havia a opção A, então era porque teriam de existir outras.
A opção B consiste num "aquaparque", que segundo fontes fidedignas portuguesas que já o utilizaram, é e passo a citar: "uma piscina grande, com três escorregas". Mas como é óbvio, não é fácil fazer recintos fechados de grandes dimensões que consigam resistir aos invernos rigorosos e cujos custos não sejam enormes. No entanto, além das piscinas e os três escorregas, tem ainda saunas, ginásios, etc e tal. Quem queira dar uma espreitadela, http://www.parkwodny.pl/eng/.
A opção C, e a meu ver a melhor, é um lago situado a uns 10 km do centro da cidade, onde até existe um pequeno areal. Paga-se uns 2 eurios para entrar, tem uns bons bares de apoio, com uns barbecues bacanos, e na maior parte das zonas o pessoal senta-se na relva/erva/terra numa democrática partilha de espaço com as formigas. A água, uhlálá, quando lá fui estava a uns 25/26º e o fundo do lago é areia (sem lodo, nem ervas, nada).
Já agora, só uma curiosidade: não vi por lá muitas toalhas de praia, uma vez que as mesmas não conseguem oferecer a polivalência nem a dimensão de um bom, velho cobertor. Eu não me sentei em cima de nenhum, mas era capaz de afiançar que um cobertor numa praia pode ser algo quente demais.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Religião

Ponto prévio: sou ateu. Por isso, esta deve ser a primeira e última vez que vou falar sobre religião aqui, e não quero tocar em assuntos controversos nem com uma vara de 10 metros para não arranjar encrencas com o clero. Também não vou estar aqui a dizer banalidades sobre a vida do papa João Paulo II. Há decerto informação em barda na net, escrita por pessoas letradas, pelo que é só procurar.
Queria só testemunhar duas coisas:
1ª: é bastante significativa a participação da população em geral (novos e menos novos) nas cerimónias religiosas. Isto é particularmente notório quando muitos dos jovens dizem que vão regularmente à igreja (e neste caso ao contrário dos tugas, não é somente quando existem casamentos);
2ª: na cidade onde estou, Cracóvia, existe um número fora do comum de freiras a circular na rua. Das duas uma: ou existem aqui muitas, ou então não vivem tanto em reclusão como as correligionárias portuguesas. É que apesar de não ser religioso, há algo na tranquilidade emanada pelas freiras que me inibe/censura cada vez que cruzo com alguma delas. Ou então também poderá ser por causa de algumas terem bigode ...

Kościół Mariacki

quarta-feira, agosto 16, 2006

Polacas gostam de sol..

mas como no país onde vivem o grande ovo estrelado da nossa galáxia não é amiguinho delas, a sua pele é tendencialmente, vamos lá, cor de líxivia.
Pensais vós que isso é foleiro, mas nada disso. Foleiro são aqueles bronzeados feitos à custa de € o,25 / min no solário. Não fossem os minimercados e as lojas de bebidas espirituosas, o solário seria o estabelecimento comercial mais visto por estas bandas (pelo menos em Cracóvia). Não há cabeleiro que se preze que não tenha um anúncio em tamanho XL a lâmpadas que supostamente providenciam um bronzeado "bonito".
Eu desde já gostava era que uma Cinha Jardim, ou uma Lili Caneças viessem à Polónia dar uma palestra às Kasias e Gosias, e mostrarem o estado em que fica a pele depois de exposição intensa ao sol. A tonalidade da pele estava muito bem, e não havia necessidade disto.















Em contraposição, no meu trabalho, e julgo que é hábito generalizado, as pessoas não têm problemas em trabalhar às escuras. Ok, escuras é exagero, mas é já após o lusco-fusco. Afinal será que eles, os polacos, gostam de luz ou não? É que qualquer dia tenho de caminhar às apalpadelas. Uhm, e daí isso até pode ter algumas vantagens...

terça-feira, agosto 15, 2006

As escolhas do professor


Meus amigos, para abrir este capítulo de crítica literária, trago aqui o primeiro livro que li sobre a Polónia concretamente. "A question of honor" - Lynne Olson e Stanley Cloud, gira em torno dos acontecimentos de um esquadrão de pilotos aviadores polacos que durante a II Guerra Mundial conseguem fugir da Polónia para ajudar as forças aliadas na recuperação que eles julgavam rápida do seu país. Narra todavia muito mais do que os factos heroicos deste grupo de homens, dando uma perspectiva não tão conhecida do público em geral sobre o comportamento dos países aliados e a sua relação com Estaline. Com passagens por vezes, a meu ver, demasiado laudatórias não deixa mesmo assim de ser rigoroso. 400 páginas de história, bem escritas, e que merecem ser lidas (em inglês). Muito bom!

sábado, agosto 12, 2006

Parque Automóvel


Se há coisas pelas quais sou fanático, uma delas são os carros. Por isso, era inevitável que perdesse algum tempo a falar das bombas que há aqui na Polónia.
Bom, regra geral vê-se o mesmo tipo de carros que andam em Portugal, naturalmente com maior predominância para os carros baixo de gama (Fiat Cinquecento, Renault Clio, etc..). Contrariamente à ideia tacanha que tinha, não se vê muita sucata russa - Lada - a circular (aliás, bem poucos eu vejo).

Mas, sendo um país com uma dimensão já grandita, é normal que existam carros específicos só daqui. Há dois que se destacam: Polonez Caro e Fiat 126 - 650.

O primeiro, como se pode constatar pela foto abaixo, tem umas linhas no mínimo feias, uma robustez apercebida fraca, e segundo sei, apesar do motor de 1600 cc tem a agilidade de um rinoceronte. Bom, ao menos tem espaço para ser um carro familiar para a classe média-baixa polaca.

No segundo caso, a situação muda de figura. Ao olhar, imediatamente nos apaixonamos pelas formas simples e compactas, como só os construtores italianos conseguem fazer. Este menino, é sem sombra de dúvida o carro mais vendido na Polónia (doo um dos meus rins à ciência se isto for mentira), tendo sido produzido desde 1973 até 2000. Basicamente trata-se de um dois cilindros refrigerados a ar, cilindrada de 652cm3, montado na traseira. Simples, barato, e fiável.

Eu não sou nem pouco mais ou menos apreciador de Fiat's, mas ouvir um motor destes a trabalhar é sempre um encanto. E se a potência não abunda, os 600kg de peso ajudam à genica necessária para dominar o trânsito citadino. Mesmo em 2006, este é o carro que se vê mais nas ruas da Polónia. E por mim, já me decidi, quando tiver necessidade de comprar um carro, um Fiat 126 branco está na lista de preferências.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Regras de etiqueta na Polónia

Antes de mais quero já avisar todos os bacanos que vierem à Polónia para não estranharem que alguém vos chame por Pan José, p. ex. . É que aqui, pan quer dizer senhor. Portanto, nada de ficarem com inseguranças relativamente à vossa heterossexualidade, ou no caso de serem bichonas se calhar até vão achar muita graça. Adiante.

Cumprimentar gajos: aperto de mão mediano, cabeça bem levantada para não nos sentirmos tão baixos, e está o assunto arrumado.

Cumprimentar gajas: aqui, elas só "autorizam" cumprimentos com beijinhos às pessoas mais próximas. Mesmo que estejam com alguém que vos está a apresentar uma sua amiga, o melhor é estender a mãozita, para um "passa-bem" chocho. Se forem todos lampeiros para os tradicionais dois beijinhos da praxe tuga (exceptuando o enclave de Cascais onde, noblesse oblige, é só um), arriscam-se com grande probabilidade a serem presenteados com o, e vou usar a expressão inglesa, pull-back. Digo já que isso é algo que não se quer, pois nos segundos seguintes uma pessoa questiona-se rapidamente se de facto tomou banho, se cheira mal dos dentes, se aquela verruga enorme na testa é assim tão feia....Por fim, percebemos que elas, as polacas, afinal são meras raparigas tímidas no primeiro contacto. Mas perguntam-se vocês e com razão:mas as gajas aí não usam todas mini-saias pouco maiores que um cinto? Pois usam, daí a incongruência de chamar-lhes pessoas tímidas. Ai, ai, ai, estas contradições matam-me.
Pior! Depois quando é para os amigos, não dão uma nem duas, mas sim três beijocas. Que exagero raios.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Cracóvia também vai a banhos - Opção A

Se não estou equivocado, a praia de mar mais próxima de Cracóvia deve distar uns simpáticos 600km para norte. Ora, como nem toda a gente tem pachorra para fazer tantos kilómetros, lá tiveram de encontrar outras maneiras de dar banho aos tomates. Existem portanto várias opções, sendo esta para mim a menos ortodoxa.
A entrada promete logo diversão garantida: uma vedação de arame ostensivamente cortada, e com um simpático aviso de proibido nadar.

Passada a vedação, ao menos deparamo-nos com uma vista engraçada:

Portantos, e passando a explicar, esta malta usa uma antiga pedreira para ir a banhos. Mas verdade seja dita, é uma ex-pedreira de categoria. A água é bastante limpa, consta que a temperatura da água também é agradável e tem inclusive uma escola de mergulho (visivel no lado esquerdo da foto). Ok, tem um pequeno inconveniente de nem sempre o acesso à água ser o mais fácil. Se bem que em Cancun, um saltito desta altura para a água seria uma brincadeira de crianças, mas com grande pena minha não vi nada disso aqui. Que grandes mariconços sairam estes polacos.

domingo, agosto 06, 2006

Animação de rua em Cracóvia

Por aqui também há os indigentes que andam a cuspir fogo para arranjar trocos, mas com todo o respeito por eles, prefiro algo menos agitado e com um pouco mais de nível.


terça-feira, agosto 01, 2006

Custos


Acho que ainda é comum pensar-se que neste país os produtos são ao preço da uva mijona. Falso, principalmente na capital, Varsóvia, onde os preços são ao nível de Lisboa na maior parte dos produtos.

Mas sendo eu um licenciado em Economia por uma faculdade reconhecidamente intelectualmente estimulante, estava preparado para começar a ler working papers, ver séries temporais, comparar vários cabazes de produtos com o objectivo de chegar a uma conclusão satisfatória acerca de qual o custo de vida na Polónia...and soione and soione

Felizmente se houve algo que a faculdade não me conseguiu tirar foi o sentido prático, portanto o melhor indicador é o bom velho e fiavel Menu BigMac. Em Portugal custa € 4.10. Na Polónia Pln 11.50 ( um pouco menos de € 3). Portanto, tal como dizia um infeliz Primeiro Ministro - é fazer as contas.
Ao lado, foto de parte do centro comercial mais modernaço de Cracóvia (o Galeria Kazimierz), que decerto não vem dos tempos do comunismo.