sábado, junho 30, 2007

Viagens na terra de outros - Rzeszów

Pertinho da fronteira com a Ucrânia e a 150km de Cracóvia para Leste, a cidade de Rzeszów tem cerca de 170.000 habitantes. Localizada numa região com maior peso e história agrícola, a cidade não é tão campónia quanto se poderia pensar. Para mais informação, ver http://www.erzeszow.pl/en/. Admito que estava a contar encontrar maiores contrastes nesta cidade a nível de arquitectura e de pessoas, mas tirando a zona em redor da estação de comboio e um monumento comunista horripilante com uns 20 metros de altura, todo o centro da cidade está bem cuidado e nem é feio. E a nivel de feições, nada de muito diferente quando comparado a Cracóvia. Pelo que li também, esta é e sempre foi das zonas mais pobres da Polónia, portanto muita rapaziada polaca emigrou destas bandas para outras paranças.
Aliás, até do outro lado do rio, tem uma zona bem grandinha de blocos de prédios recentes a dois passos do Castelo, prova do dinamismo da cidade. Já agora, durante o Domingo em que lá estive não vi nem uma igreja. Estavam abertas sim senhora, mas sempre com missas. E não só, a lotação estava esgotada, pois haviam sempre umas dezenas de pessoas a assistir à missa na rua e ouvindo através dos microfones colocados sobre a porta de entrada.

terça-feira, junho 26, 2007

Guia Mabor - Restaurantes II



Na época do comunismo na Polónia, foi inventado um conceito de restauração chamado Bar Mleczny (tradução rápida para Bar de Leite). Para quem queira saber mais sobre o que é isto, facilmente encontra explicação na Internet. Em poucas palavras é um restaurante de comida rápida polaca, destinado às pessoas com menores rendimentos, mas em que todos podem lá ir. Subsidiado pelo estado, neste momento o seu número é bastante menor do que era antes de 1989. Mas mesmo em pleno centro de Cracóvia, é possível encontrá-los.
Decidi portanto ir a um deles, e tive várias surpresas: a comida até nem é má (boa mesmo, tendo em conta que são receitas polacas); entre as bebidas é possível comprar coca-cola/fanta; os tabuleiros vêm do IKEA (!); e neste a que fui até havia microfone para falar para a cozinha. Quanto a preços, uma refeição pode ficar por uns € 3.

quinta-feira, junho 21, 2007

Reflexões de vão de escada - o rabiosque das polacas


Desde que estou na Polónia já por várias vezes ouvi uma frase liminar: "as polacas não têm rabo!". Ponto primeiro é que eu discordo. O segundo ponto é como se define um bom rabo? Porque se for a bunda brasileira, o formato coração que é o expoente de um bom rabo, dispenso. É que aquela ideia que um rabo tem de ter chicha em abundância para ser bom, para haver algo a que se agarrar, não pega.
Pequeno, firme, rijo. É assim o rabo típico das polaquinhas. E não me venham cá com histórias de que é genético, da constituição óssea e pardais ao ninho. Como não comem, elas não ficam é com um rabo tipo bombardeiro, como se vê em certos e determinados países. O facto de elas gostarem de fazer desporto também ajuda a ter um bom pandeiro. Portanto, se for um gajo que diga que elas não têm rabo ele só pode ser um tosco. Se for uma gaja a dizer isso, bom, é inveja pura e simples.

quarta-feira, junho 20, 2007

História da Polónia às três pancadas - VIII

Em 1569, e como forma de solucionar uma crise de sucessão, foi assinado o Tratado de Lublin que estabeleceu a união entre as repúblicas da Polónia e da Lituânia. E um par de anos depois foi criado algo a que se chamou a República dos Nobres. Em poucas palavras, neste sistema o rei era na prática dominado pela nobreza, como se fosse um funcionário, tendo de se submeter a eleições. Existia uma espécie de Parlamento, e competia a um conjunto de senadores ainda outras coisas como lançar impostos ou declarar guerra.
Para a época isto foi um grande avanço em termos de democracia, pois o rei não tinha o poder supremo. Mas por outro, uma nobreza com tamanho poder, pode insistir no feudalismo em cada uma das suas áreas de poder. Isto não era nem foi bom para a Polónia, pois não é dificil perceber que a plebe não devia gostar muito de um sistema tão feudalista em pleno século XVI e XVII.
Este sistema de eleição de reis permitiu ainda eleger "gestores" estrangeiros (por ex. da França, Hungria ou Suécia). Curiosidade ainda, li algures que destes reis eleitos constou um religioso fervoroso, um homossexual, um glutão, e mesmo um pai de 300 filhos.

segunda-feira, junho 18, 2007

Desportos da malta - F1

Robert Kubica. Piloto polaco de F1. E a razão para os polacos prestarem tanta atenção ao desporto. Puto nascido em Cracóvia, tem 22 aninhos e é o primeiro polaco a por o rabo num F1. Começando em 2006, e a mais de meio da época, conseguiu sacar um 3º lugar e uma volta mais rápida no ano de estreia pela BMW. Este ano, ainda não foi ao pódio, e no último grande prémio (Canadá) o homem espatifou o bólide todo, terminando de com o carro de pernas para o ar. Mas tá fino.
Já agora, que saiba não existe na Polónia nenhum circuito em condições para receber F1, e acho que corridas de automóvel em circuito não são ainda muito populares pela Polónia. Por isso é que na Polónia, ele só deve ter conduzido karts. Carros a sério, começou em Itália.

domingo, junho 17, 2007

Museus - à noite

Há cerca de mês e meio falei acerca de museus. Pois nem a propósito, o mês passado houve a noite dos museus, em que por € 0,25 era possível visitar uns 15 ou 20 museus/sítios históricos. Excelente ideia pois a adesão dos Cracovianos foi imensa e a cidade estava cheia de pessoas (e ao contrário dos fins de semana de Verão, não eram de Manchester) até à 1 da manhã. Verdade que as filas para entrar em alguns sítios eram enormes, mas por exemplo valeu a pena por exemplo para ir ao Castelo Wawel durante a noite.
Se calhar em Portugal também existem eventos destes. Eu nunca tinha ido, mas desconfio que em Portugal não há. Se por exemplo já dei com o nariz na porta do Palácio da Pena às 5 da tarde, muito menos ir lá de noite. Se Cracóvia não deve ter a melhor noite da Polónia, quase decerto, é a mais animada culturalmente.

sábado, junho 16, 2007

Espaço para a publicidade - IV

Isto não é bem publicidade, mas prontos. É uma placa de pequenas dimensões no exterior de um prédio. No entanto, ao contrário de um normal Doutor ou Advogado, esta placa diz "Penetrator". O que é exactamente não sei, mas que o nome soa bem, soa.

quarta-feira, junho 13, 2007

Páteo das Surpresas

Algo que acho bastante piada na Polónia são os páteos dos edifícios. Principalmente nos centros históricos, muitos deles são uma autêntica caixa de surpresas. Esplanadas, restaurantes, hóteis,lojas...ou parques de estacionamento. Muito interessante pois alguns deles estão mesmo em prédios cuja fachada da rua até mete medo ao susto, mas uma vez nas traseiras tudo pode mudar de figura.
Da primeira vez que notei isto fiquei algo surpreendido, pois pensava que o conceito de páteo era algo predominantemente árabe, mas dá a ideia que também na Polónia a arquitectura também priveligiou o convívio entre a vizinhança. Escusado será dizer que nos prédios novos, este espírito já está bem mais diluido.

domingo, junho 10, 2007

Parabens a Cracóvia - 750 anitos

Foto 1: Panorâmica geral e um coro bué grande
Cracóvia celebrou durante os primeiros dias de Junho os seus 750 anos de existência. Festa da grossa houve por aqui, bandeirinhas por toda a parte da cidade e um palco belíssimo na praça central, com espectáculos bastante interessantes.
Foto 2: Uma senhora aos berros


Foto 3: Barbudo a dar ao serrote


Foto4: Valsada










quarta-feira, junho 06, 2007

Dia de Portugal na Polónia

Celebra-se no próximo dia 10 de Junho o dia de Portugal. Mas eu estou na Polónia. Como cidadão consciencioso que sou, estou registado na Embaixada Portuguesa na Polónia. E por isso fui convidado para celebrar o dia de Portugal e do Camões em Varsóvia, mas no dia 11 (porque 10 calha a um domingo) para que não se estrague o fim de semana às pessoas julgo eu. Assim sendo conto ter a oportunidade de após uns valentes meses, deitar o dente a um bom velho pastel de nata, e se os compatriotas convivas não forem muito lambões, experimentar um pastelzito de bacalhau (também estou à espera de ver o fiel amigo por lá) e emborcar um cálice de Porto à pato. Tenho é de estudar o hino, porque não vejo tantos jogos de futebol quanto isso, e há lá umas partes que não me lembro bem.

terça-feira, junho 05, 2007

Guia Mabor - Clubes

Em Cracóvia, tal como já disse, não nenhuma discoteca que me faça dizer: "epá, coiso e tal sim senhor, aqui está um sítio de categoria". Assim sendo, vou-me focar em dois sítios que não sendo espectaculares, são emblemáticos de Cracóvia. Os nomes são Łubu Dubu e Kitsch. E encontram-se ambos neste lindíssimo prédio bem perto do centro. Aliás, este prédio só tem bares/discotecas (existem mais dois, mas não vou dissertar sobre eles).
O Łubu Dubu é basicamente um apartamento grande (cerca de 200m2), cujas paredes levaram umas valentes marretadas, e ficou portanto com a sala do bar, duas salas para abancar e uma para dançar. A música é eminentemente dos anos 80 (uma coisa revivalista portanto) com decoração a condizer ainda mais velha (frigoríficos, rádios velhos, etc...). Vale pela originalidade e por se ouvir Depeche Mode, Duran Duran, Abba, porcaria de rock polaco, LCD Soundsystem. Dia ideal para ir: 5ª. Hora ideal: por volta das 24h.
O Kitsch, fica por cima do outro clube e ocupa todo o último piso (cerca de 350m2). Das primeiras vez que ouvi falar deste sítio, as frase eram entrecortadas com adjectivos do tipo roto, rabeta, maricas. Mas francamente, é apenas um sítio gay-friendly e onde sinceramente já fui várias vezes e nunca vi nada de excepcional (talvez porque também não procuro). Bom, a não ser um pequeno show de travestis. Pronto, e também há um varão de inox no meio da pista de dança. Tem duas pistas de dança (a mais pequena com techno) em que a maior passa música comercial, que não é nada de especial. Até cerca da uma da manhã, parece que se está numa matiné, tal é a quantidade de adolescentes ou malta com menos de 20 anos. Mas lá para as 3 da matina as crianças vão dormir. E por aqui a noite é longa, sendo um dos sítios favoritos para os bebedolas acabarem a noite. Está ao rubro no fim de semana por volta das 3 da matina, e sei de pessoas que já sairam de lá às 10 da manhã. Porquê? Não sei. Maricas e lésbicas pelo sítio: há, mas só o homofóbico mais inveterado se pode sentir incomodado aqui.
Ps: Já agora, quando tirei estas fotos fui interpelado duas vezes. Parece que é proibido tirar fotos neste prédio. Na segunda vez tive mesmo de mostrar todas as fotos que tirei. Estranhíssimo.
Ps2: Ambos os sítios são bastante javardolas, e raramente não levo com cerveja em cima. E a probabilidade de um edifício residencial, velho e com todo o aspecto que não foi reforçado para aguentar o aumento de carga devido às centenas de pessoas nestes bares vir abaixo um dia destes, não é tão pequena quanto isso. Enquanto não acontece, é divertido sentir o chão tremer com a malta aos saltos.

sexta-feira, junho 01, 2007

As escolhas do professor VIII

Aqui está outro livro de um jornalista/escritor polaco, Ryszard
Kapuscinski, que faleceu em Janeiro último. Este livro é fruto de uma porrada de viagens que o autor fez pelo império da União Soviética após a II Grande Guerra Mundial. Fiquei deveras surpreendido com a dimensão da minha ignorância em relação à União Soviética e aos países que a compunham. Não posso deixar de confessar que infelizmente não li o livro todo uma vez que o perdi algures num avião da Sky Europe. Não tive pois a oportunidade de ler a parte sobre a altura após a queda da União Soviética. Para quem estiver interessado em saber um pouco mais sobre a queda deste império, é um livro porreirito.