sexta-feira, novembro 28, 2008

Geladu

Esta foto foi tirado num dia de Verão, um típico dia de Verão diga-se de passagem. A chuver cães e gatos e os nativos polacos a comerem alegremente o seu gelado.
A pancada por gelados é grande na Polónia e é muito natural verem-se filas com um número razoáveis de pessoas só à espera de poder comprar o dito: em cone de baunilha e bem alto no topo. E se na Polónia estiverem à espera de temperaturas quentes para comer comprar gelados, estavam bem lixados. Bastam tar mais de 15 graus e a malta já se anda a lambuzar toda. O preço também ajuda, pois por 2Pln (0,5Euro já se compra o dito).
A adicionar a esta mania, mesmo no recato da intimidade(ou não), há uma expressão polaca cuja tradução para português é literalmente: "faz-me um gelado"....

quinta-feira, novembro 27, 2008

Choque cultural nos supermercados

Em Portugal, quando estamos nalgum estabelecimento comercial e se decidimos de facto pagar (cada vez mais pessoas aderem ao popular 5-finger-discount) por aquilo que queremos levar para casa, ou se paga com cartão ou com dinheiro.
Comparando com a Polónia, e acho que já referi isso algures, pagar com cartão não é assim tão comum. Muitas das vezes, mesmo para para um cartão de débito ao invés de digitar o pin, temos de assinar. Além disso, não raras vezes o cliente paga uma taxa por transacção. Logo, a malta tendencialmente paga em guito.
Em pagando em guito, em Portugal a coisa mais normal é não só a pessoa que está na caixa estender a mãozinha para receber o dinheiro, como depois nos devolver o troco directamente sobre a nossa mão. São hábitos bonitos, que demonstram uma relação de proximidade como só os latinos na Europa sabem ter (o exemplo Sarkozy-Merkel com as palmadinhas no ombro do franciú ao chanceler alemão; perdão, à chanceler). Ou então uma maneira de propagar doenças mais facilmente...
Mas na Polónia, em todo o sítio há uma pequena base ligeiramente côncava onde cliente e vendedor colocam o dinheiro. Não há cá contacto físico coisa nenhuma. Várias vezes estendi a mão para receber o troco e a senhora do outro lado coloca ao invés as moedinhas (algumas do tamanho de uma cabeça de alfinete) nessa base. E não sendo vidente, acho que o que ia no espírito dessa pessoa seria algo do género: "deves tar a pensar que eu te vou tocar oh estrangeiro porcalhão". Germofobia ou apenas hábitos diferentes? Num sei...

terça-feira, novembro 18, 2008

Vinhaça portuguesa na Polónia - Adega

Já aqui tinha falado na possibilidade de comprar vinho português na Biedronka. Mas além dessa possibilidade (limitada a uns 3 ou 4 vinhos), há uma cadeia de lojas que só vende vinhaça tuga (entre outros produtos nacionais). O nome das lojas é Adega (algo que julgo de fácil pronúncia para os polacos) e o site é http://www.norpolska.pl/ que tem os produtos comercializados.
O dono é um português que começou este negócio por volta de 2002 em Poznań, e neste momento já vai com 14 lojas espalhadas por Auchans e Tescos em várias cidades polacas. Em traços gerais, a maioria das lojas localizadas em zonas comerciais de hipermercados têm cerca de uns 10m2, apenas um colaborador para atendimento ao público, e um público-alvo da classe média. Como muitos dos produtos que esta adega vende são em Portugal propriedade da Unicer (vinhos, a Superbock, cafés), isto na minha opinião continua a ser um balão de ensaio que está a correr bem até que consigam estar criadas condições para se verem nas prateleiras dos supermercados polacos vinhos portugueses (além do obrigatório Vinho do Porto). Porque é triste ver tanto vinho do Chile, África do Sul, Austrália, e Portugal que até está só a 3500km da Polónia, não consegue ganhar dimensão e preços competitivos para educar a nação polaca a descurar um pouco os shots de vodca para uns cálices de vinho.
Os preços é que em relação ao mesmo produto em Portugal, a conta obrigatória é multiplicar sempre o preço por 2 ou 3 (no mínimo). Há que dar para o transporte, e impostos, e mudança de rótulos e uma margenzinha de lucro....
Na foto, a montra da loja nº1, em pleno centro de Poznań, a dois passos da praça central.

sábado, novembro 15, 2008

Fast food polaca - Zapiekanka

Era quase imperdoável da minha parte não falar da comida rápida polaca mais famosa: a zapiekanka. Se calhar a foto não é muito óbvia, mas trata-se grosso modo de uma baguete cortada ao meio, em que põem lá para cima qualquer espécie de carnes/fiambre/cogumelos/molhos e o diabo a sete, levam aquilo ao forno e tá feito. Para mim nada mais é que a versão polaca de uma pizza. O preço é acessível a quase toda a gente (entre 1 e 2 aerios), sendo mais barata que os kebabs. Faz parte da experiência de viver na Polónia, comer de quando em quando uma (eu contava fazê-lo talvez a partir do 3ºou 4º ano...).

sexta-feira, novembro 07, 2008

Parque Automóvel V - Opel made in Poland

Assim como na Roménia há uma marca chamada Dacia (da qual a Renault é dona) que anda a fazer carros novos com muita tecnologia de há 10 anos atrás, também na Polónia há exemplos desses. O carrinho na foto é conhecido na Polónia como Opel Astra II Classic, e ainda continua à venda a par com a versão mais recente do Astra. Claro está que o público alvo são aquelas pessoas que querem comprar um familiar compacto novo, não querem (ou têm para) gastar muito dinheiro e não fazem questão que o design seja o mais recente. No caso do motor 1.4 a gasolina com 90 cavalos, pode-se comprar um actualmente por Euro 12100. Em Portugal, o Corsa 1.0 começa por Euro 13000.
Tinha de falar deste carro, pois durante uns meses foi o carro de rent-a-car que tive. Azul. Como carro de trabalho cumpre, mas definitivamente não é carro para grandes conduções. Os 90 cavalos servem para fazer muito barulho (se bem me lembro, em 5ª a 100km/h já ia às 3500rpm), recuperações fracas, e se é verdade que dá os 180km/h reais (marcou-me 190), a partir dos 130 tem uma dificuldade enorme de ganhar velocidade (sim, sei que é de ter uma 5ª virada mesmo para poupar consumos). Quanto à estabilidade deixa muito a desejar a partir dos 150, sendo um verdadeiro fiar na virgem. Em termos de picadeiro, também fraco: piões mediocres e com o ABS a actuar em estradas de terra as travagens exigem outra postura. Mas pronto, para quem precise de alugar/comprar um carro na Polónia, se escolher este não vai mal servido. É mais barato que carros recentes, e serve perfeitamente para trabalhar.
Ps: E não sei se era do meu carro ou de todos, mas o acelerador demorava um tempo enorme entre eu pisá-lo e ter resposta do motor. Resultado era que em média, deixava o carro ir abaixo umas 2 ou 3 vezes por dia. Patético.

quarta-feira, novembro 05, 2008

Arquipolacadas - V

Na foto é possível vislumbrar indícios de que isto pertence a uma cozinha. Está lá o lava-louça (mas sem espaço para pôr os pratos a escorrer). Vemos azulejos e no canto inferior direito aquela coisa é um frigorífico. Faltaria só portanto um fogão. E faltava mesmo, não havia fogão aqui para o pobre emigra. Mas para "colmatar" - pfffff - isso, tinha à minha disposição uma placa eléctrica com uma só base e que deu para esturricar várias vezes aquilo que queria cozinhar. Et voilá, temos aqui uma cozinha polaca de um apartamento modesto.
Sim, porque a cozinha não era mais do que um lado (máximo 1.20m comprimento) do corredor de entrada do "apartamento". Do lado oposto do estreito corredor estava a casa de banho, o que há que dizer que até podia ser visto por um prisma positivo, pois era possivel tar muito bem sentadinho no WC e com um ligeiro estender de braço, dar um jeito na frigideira.
Nota: Para os que não sabem, este foi o apartamento que a simpática empresa que me levou para a Polónia me providenciou para ficar durante o primeiro mês. Não se tratou de poupança de custos ou de pura sacanice, não senhora. Eu vejo que apenas quiseram providenciar uma sensação de aconchego só ao alcance de um apartamento com....15m2, num rés-do-chão, em que a cama ocupava 2/3 do quarto e sem uma mesa para comer.

sábado, novembro 01, 2008

Guia Mabor - Clubes III

SQ. Duas letras que querem dizer boa música na Polónia, pois esta é de longe a discoteca com melhor música na Polónia. O nome completo é SQ Klub (http://www.sqklub.pl/index.php), fica em Poznań e tive o prazer de ir lá várias vezes nunca ficando desapontado com a música pois tem um nível de qualidade ao melhor do que se faz internacionalmente. Comparando com Portugal, o mais parecido é o Lux. Mas no SQ há menos gaijas da esquerda caviar e menos rotos/metrossexuais que no Lux (também os há, mas antes isso que tipos com ar de hooligan).Se ainda se mantém a agenda, recomendo vivamente ir lá a uma quinta-feira (disco, funk and soul music). Com a grande vantagem que nunca é demais realçar de poder entrar às 24h e já tar uma casa composta (começa a perder ritmo a partir das 2h, às 6ªs ou sabados, vá lá, até às 3 da manhã está bom).
O espaço fica numa cave do centro comercial mais popular e central da cidade, é bastante espaçoso (uma espécie de open-space de 400m2 com uns pilares pelo meio), uns simpáticos sofás brancos (ver foto abaixo), um comprido balcão e a mesa de DJs ao centro de uma das paredes e quase ao nível da pista. Fortemente recomendada uma visita para quem não conhece e gosta de boa música.