Não aconteceu comigo, mas sim com um amigo de um amigo. Mas como é um episódio tão delicioso e tão explícito sobre um dos choques culturais que um português enfrenta na Polónia, que não resisti a colocar aqui uma descrição aproximada da situação.
Um tuga está numa cafetaria, está a beber à pressa um café e depois dá-lhe a fome e vê uma quiche numa vitrina. Segue-se o seguinte diálogo:
Tuga: Olhe, por favor era esta quiche.
Empregado: Com certeza, vou aquecer então.
Tuga: Ah, deixe estar, não é preciso aquecer. Estou com pressa.
Empregado: Pois, mas a quiche tem de ser aquecida.
Tuga: Ouça, por mim não tem problema comer fria.
Empregado: Um momento então, vou falar com o meu chefe.
(.....) o tempo a passar, e lá vem o chefe para dizer ....
Chefe: Fria não pode ser. A quiche tem de ser aquecida.
Face a isto, o português deixa o café, vira as costas e vai-se embora!
Análise da situação por parte de um português: atrasos de vida dum corno. se o cliente diz que não se importa de comer aquilo frio, porque carga de água não servem a porcaria da quiche? Só porque não é normal??? Estes tipos são incapazes de fazer algo que não esteja previsto.
Análise (hipotética) da situação por parte do empregado polaco: se me dizem que a quiche é para servir aquecida, eu só a dou aquecida. Vamos que dava isto frio ao cliente, o homem depois ficava mal disposto por aquilo ter sido servido frio, eu levava nas orelhas do meu chefe, era despedido, exigiam-me uma compensação por danos ao cliente, etc..... Nah nah, o cliente até pode querer frio, mas se me dizem que é para vender quente, eu só vendo quente. E mai nada.
1 comentários:
Passei por uma situação semelhante há alguns anos: o nome de um café pareceu-me, vagamente, português pelo que decidi entrar e, pedir uma chávena(zinha) de café. Ao ver a piscina que se preparavam para servir-me, implorei "só dois dedos de água,por favor". A empregada não se comoveu. Disse-me logo, ali, que na Polónia não se poupava na água...
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