sexta-feira, janeiro 01, 2010

Viagens na terra de outros - Białystok

Białystok, cidade praticamente a dois passos da fronteira com a Bielorrússia é também a maior cidade do Nordeste da Polónia. Zona pobre esta (das mais pobres da Polónia) pelo que olhando para esta cidade é dificil dizer que se trata do Centro da Europa. Não, é Leste da Europa.
Como cidade para fazer turismo, realmente existem dezenas de outras opções mais óbvias. Todavia, acima de tudo, como cidade fronteiriça existe uma forte mescla cultural. Até porque do outro lado está um país com uma ditadura à moda antiga, além de um passado de grande diversidade. Infelizmente, e como só fiz uma paragem de algumas horas entre uma viagem rumo à Lituânia não deu para explorar convenientemente a cidade neste ponto. Tem um palácio engraçado, umas igrejas (católicas e ortodoxas) e em termos de monumentos e de arquitectura é mesmo só isto.

Mas, esta cidade é berço de duas pérolas polacas. A primeira, é o facto de ser o principal centro de produção de álcool da Polónia e de onde é oriunda a magnífica Żubrówka. A segunda, e mais interessante, é que foi nesta cidade que nasceu o Esperanto, língua criada pelo judeu Ludovic Zamenhof. Fundamental citar o extracto de uma das suas cartas para explicar a necessidade de criar a língua no final do século XIX: "The place where I was born and spent my childhood gave direction to all my future struggles. In Bialystok the inhabitants were divided into four distinct elements: Russians, Poles, Germans and Jews; each of these spoke their own language and looked on all the others as enemies. In such a town a sensitive nature feels more acutely than elsewhere the misery caused by language division and sees at every step that the diversity of languages is the first, or at least the most influential, basis for the separation of the human family into groups of enemies. I was brought up as an idealist; I was taught that all people were brothers, while outside in the street at every step I felt that there were no people, only Russians, Poles, Germans, Jews and so on. This was always a great torment to my infant mind, although many people may smile at such an 'anguish for the world' in a child. Since at that time I thought that 'grown-ups' were omnipotent, so I often said to myself that when I grew up I would certainly destroy this evil"

0 comentários: