quinta-feira, abril 30, 2009

Política.....e o burro é o polaco???

Para bom entendedor, um parágrafo chega para perceber onde esta breve notícia em destaque quer chegar. São os políticos que este país onde nasci pariu....e que tão claros exemplos proporcionam à juventude actual.
"European People's Party Congress is opening in Warsaw today. Leaders of the 13 European Union countries as well as seventeen hundred delegates have arrived to Poland's capital to discuss five major topics including climate and demographic changes as well as financial crisis, threats to security and the role of Europe in the modern world.
Among them will be Jose Manuel Barroso, the 11th president of the European Commission. His political activity began in his college days. He was one of the leaders of the underground Reorganising Movement of the Proletariat Party, later Communist Party of the Portuguese Workers. In December 1980, Barroso joined the right-of-centre PPD or Democratic Popular Party later Social Democratic Party where he remains to the present day
"

Viagens na terra de outros - Włocławek

Esgotadas as principais cidades que eu visitei, não quer dizer que as outras de menor dimensão não mereçam também alguma atenção. Eis chegada a altura de visitar o país profundo, as terriolas, ou em inglês, go off the beaten track. Włocławek. Cidade localizada no centro da Polónia, com o simpático Wisła como vizinho, com mais de 750 anos de história, até pode ter alguns pontos interessantes de visitar. Pois....uhm...não tem! Ok, quem for à net lá descobre que têm uma catedral a mandar para o grande, mas é só isso. Desde a minha primeira visita à Polónia (onde passei de autocarro pelas zonas pobres do nordeste polaco para chegar a uma decrépita estação de autocarros em Varsóvia, para apanhar um comboio na horripilante estação central) que não tinha tamanho choque de pobreza. Ponho só umas fotos da stary rynek (com frente de rio) e da rua principal de acesso à cidade, e nem vale a pena comentar muito mais. Parecia que estava a fazer uma viagem ao passado comunista.


















Até devia ter tirado mais e melhores fotos, mas sinceramente senti-me mal, pois sendo um estrangeiro a tirar fotos a um sítio que de bonito tinha pouco, nunca fica bem para quem nos rodeia. Ora, se isto era o estado em que estava a antiga praça central da cidade, valeria a pena ver o resto? Até tinha mais algum tempo, mas dei foi corda aos sapatos em direcção ao carro. Ok, que não faz mal nenhum visitar sítios pouco conhecidos, mas esta cidade de 117.000 pessoas nem sequer é mencionada uma única vez no meu guia da Polónia (que tem 700 páginas). Mas claro, teimoso e chico esperto, fiz uma paragem aqui com a ideia de provar que havia uma falha no livro. Não há falha.


Bem, mas se é um facto que esta era uma zona bastante ao abandono (pobre mesmo), o actual centro da cidade apresentava um ar normal. Entenda-se aqui normal no contexto de uma cidade que sofreu na pele as invasões nazis, e foi reconstruida à la comuna. Apesar disso, a paisagem em redor da cidade (excluindo a zona industrial com as suas torres fumarentas) é bastante verde, com a vantagem de um largo rio ali perto, convidando a passeios de bicicleta ou no rio, aliviando um pouco este ar depressivo.

Ps: há todavia que tirar o chapeu aos senhores do posto de turismo do sitio. No site deles: http://www.it.wloclawek.pl/ , a panoramica da stary rynek é bastante mais animadora. Eu sei que sou mau fotógrafo, mas o tipo/a que achou algo de bonito neste sítio, deveria repetir o trabalho....por exemplo na Amadora. Podia ser que também conseguisse outro milagre. Um artista, sem dúvida.


domingo, abril 26, 2009

Polishspotting (em Lisboa) I

Este episódio aconteceu mesmo há uns minutos atrás quando tive de ir ao Pingo Doce comprar mantimentos. Quando já estava na fila para a caixa registadora, reparo que na fila ao meu lado estavam umas mãos firmes a segurar uma garrafa que me era familiar. Żubrówka! "Sim senhor, uma boa escolha" pensei eu de imediato.
Mas olhando melhor para esta pessoa que aparentava os seus 50-55 anos, de ar trabalhador e feições não portuguesas, tentei concentrar-me a ver se conseguia perceber a conversa que ele estava a ter com a mulher a seu lado, de modo a tentar adivinhar que língua falavam. Mas, por causa da barulheira, tentativa debalde. E eis que reparo, que já no tapete da caixa, estava lá um frasco com os icónicos.....tcharam.....OGÓRKI!!!
Ainda tive a esperança de descobrir que afinal tinha como vizinhos de quarteirão um casal Nowak (versão polaca do apelido Silva), mas lá consegui perceber pelo que diziam e também pelas feições, que o mais provável seria serem só ucranianos a comprar produtos polacos. Falso alarme.....
Nota: Escusado será dizer que em minha casa não entrará nem um frasco com esses pepinos pigmeus em conserva. Julgo ser esta a contrapartida de por vezes estar pelas Biedronkas pasteis de nata ou pêra rocha :)

sexta-feira, abril 24, 2009

Revoluções portuguesas e polaca...similares em alguns pontos

Pois é. Talvez o que vá escrever seja um pouco forçado na busca de pontos em comum entre Portugal e a Polónia. Mas o que é facto é que na última grande revolução que houve em cada um dos países há pontos em comum, a saber:
- foram revoluções sem sal nenhum. No caso português isto é particularmente grave, pois trata-se de um país latino, com fama de pessoas de sangue quente.... mas depois não se aplicaram os mesmo métodos que ocorreram por exemplo em Itália....ou na Roménia. É que já passaram mais de 90 anos desde que se assassinou um governante (Sidónio Pais) ditador em Portugal. No caso polaco, tal e qual. Não quero aprofundar muito agora, mas a transição da ditadura comunista para a liberdade polaca conseguiu ainda ser mais suave que em Portugal. Revoluções frouxas portanto;
- muitas pessoas com bigode assumiram posições de responsabilidade em ambos os países....com os resultados que se viram. Também que esperar de pessoas que escolhem ter um apêndice capilar entre o lábio superior e o nariz, cuja única vantagem que vejo é que possibilitam a dispensa de guardanapo quando se come sopa;
- à falta de sangue, a cor das revoluções foram mesmo assim o vermelho. Em Portugal na questão dos cravos, na Polónia com o símbolo do movimento Solidarność. Também era o mínimo, pois afinal são cores da bandeira dos respectivos países;

Mitos IV - Na Polónia há muito trânsito

Para as pessoas mais distraídas, isto até pode parecer verdade. Mas pensando um pouco e analisando as coisas, se calhar não é bem assim.
É garantido que andar de carro na Polónia pode ser um desafio à paciência, mas não é tanto por um excesso de automóveis (por exemplo comparando com Portugal), mas sim por falta de infraestruturas. Ou seja, é verdade que com o desenvolvimento dos últimos anos, muitas pessoas decidiram/poderam comprar carros com mais de 2 cilindros (Fiat Maluch deixou de ser produzido em 2000), mas não houve um igual aumento do número de estradas, circulares e auto-estradas que devia ser necessário.
O caso de Varsóvia é sintomático: uma capital de um país de 40 milhões de pessoas e não é servido por uma única auto-estrada!! Assim não admira que o trânsito seja grande, pois há muito tráfego de atravessamento que na prática tem de, e passe a redundância, atravessar a cidade. Bem que se põem limites horários nos quais não podem circular camiões em certas vias de acesso, mas é sempre um caldinho. E tal como Varsóvia, as outras cidades grandes padecem do mesmo problema: faltam circulares. Mas há que ser optimista: se Portugal consegue já ter 2860 km de auto-estradas, porque é que a Polónia não há-de cumprir a sua previsão de ter 2085km.... em 2013???? Mesmo assim, e a titulo de bitaite, nem em 2020 o país terá um sistema rodoviário adequado ao uso.

domingo, abril 19, 2009

Guia Mabor - Cafés/Bares IV

Após ter ido ao site deste bar, e ter de imediato um aviso do meu anti-virus de que havia um cavalo de troia a tentar entrar no meu Acerzito, já nem devia escrever mas era nada. Mas que se lixe. O bar chama-se Lizard King, e é uma versão polaca do estilo de bar americano com música rock ao vivo. Fácil de achar, pois está num dos cantos da praça central de Poznań, também dá para morfar alguma coisa.
Às horas dos concertos, arranjar lugar sentado é complicado, pois sem dúvida esta é uma opção demasiado óbvia para todas as pessoas que visitam a cidade (polacos ou estrangeiros, novos ou não tão novos). Não tive grande tempo para ir lá muitas vezes, e além disso esta já é uma cadeia de bares que existe em várias cidades. Ah, e pronto, rock polaco ainda me custa um pouco a perceber (mas sei que os músicos têm qualidade). Se bem me lembro, pelo menos Poznań, Łódż e Kraków têm um. Ah, o de Cracóvia é num sítio bem catita, um antigo teatro, mas eu pessoalmente gostava mais do bar que existia lá anteriormente (em 2006/07)...
Pelas razões que expliquei no início, não coloco um link para o sítio porque aquilo está cheio de viroses. Vai um link de um concerto no de Kraków: http://www.youtube.com/watch?v=dZYw5iCWVa0.

quinta-feira, abril 09, 2009

E nos entretantos estamos na Primavera II

Quando em meados de Março começou a fazer calor em Portugal, um sábio taxista saiu-se com esta pérola poética: "....com este tempo, a frutaria já se está a descascar. Vê-se para aí muita pêra madura!".
Sabendo que na Polónia já começou a fazer calor, mas pêras só existem se importadas, convém pois pensar qual o tipo de fruta que mais se adequa. Amoras silvestres, cerejas, framboesas, moranguinhas....??

terça-feira, abril 07, 2009

Playboy....e o burro é o polaco?

Saiu há pouco mais de uma semana o primeiro número da edição portuguesa da Playboy. Mais uma vez, a Polónia ganha esta comparação. Já em Abril do ano passado, um amigo de um amigo tinha comprado uma revista da edição polaca. Pronto, ok, até se pode perceber que por ser um país maior, fez mais sentido que tivesse antes que Portugal. Por outro lado, é bastante mais católico que Portugal, e ver fotos ousadas de crentes nas páginas de uma revista vendida ao público em geral não deve agradar ao clero. Mas tudo isso é irrelevante quando se olha para a capa da revista tuga.
Quero deixar já claro que qualquer adolescente....minto, qualquer miudo a partir dos 8 anos sente mais interesse por ver modelos em fato de treino num folheto do Lidl, do que esta capa! Há tanta coisa mal que o embaraço da escolha de por onde começar é grande. Têm uma modelo que é café-com-leite e o fundo também fica a cinzento? E que fundo é aquele? Rochas dum molhe em Paço de Arcos ou da lua? A pose da Mónica é suposto ser o quê, uma varina? E como é que tendo ela um sorriso bonito, apanham esta expressão que tem a sensualidade de uma ameba?

Vou fugir ao lugar comum de comparar isto com a mítica revista Gina. Antes dizer que portugueses como o José Vilhena que tanto fizeram pelas publicações de teor malandreco devem estar a pensar que de facto isto está entregue à bicharada, tal a falta de qualidade. Mais do que isso, esta capa é no fundo o retrato de um país. Um país onde ninguém quer pensar, onde não se ousa, onde se assume que por se ter um par de qualidades o sucesso já está garantido faça-se o que fizer. Pior, é um país cinzento. E teso, pois nem há dinheiro para imprimir uma capa da Playboy com cor. Basta comparar com uma capa polaca....ou mesmo russa. E depois ainda dizem na Polónia que Portugal é um país onde a malta anda sempre alegre e a rir. O tanas, e a prova está dada. Até me dá vontade de rir, sim.....mas um riso amarelo.