sábado, janeiro 30, 2010

Guia Mabor - Clubes V

Este clube, o Terytorium (http://www.klubterytorium.pl/) não é propriamente o meu favorito em Poznań quer pela música quer pelo espaço em si. Começando pela música, normalmente varia entre house e música para pastilhados. Not my cup of tea.
Quanto ao espaço, tem um pequeno bar no lobbie de entrada, mas o clube propriamente dito é na cave. Se bem me lembro tem para aí umas 3 ou 4 salas com mesas onde dá para estar a conversar ou a fazer outra coisa qualquer, o que é a boa parte. A má, é mesmo a zona da pista. Decoração foleira, demasiado espalhafatosa, muita cor vermelha, a bolinha de cristal ao centro e de quando em quando libertam-se fumos (o que é sempre uma grande ideia numa cave).
O lado positivo da coisa é que é um clube frequentado por estudantes universitários, mas daqueles que tomam banho, e em termos de chatices com malta menos educada nunca lá vi.

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Economia.....e o burro é o polaco???

Hoje pode-se ler que a Polónia foi o único país da EU-27 a evitar uma recessão, tendo o PIB em 2009 crescido 1,7%! http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601095&sid=aCs4D7W7S9bg.
Do outro lado da balança, os PIGS (onde Portugal se inclui) se não ganham juízo e começam a definir planos sérios para reduzir a despesa pública arranjam um caldinho para o EURO que não é brincadeira. http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=aC3jMYma2bW4&pos=6 .

domingo, janeiro 24, 2010

E nos entretantos estão no Inverno

Se há coisas que me tiram do sério, são as pessoas mentirosas. E pelo que vou lendo em blogues de portugueses na Polónia, há muitos que escrevem inverdades melodramáticas, nomeadamente e mormente, sobre o inverno na Polónia.
E como a imagem acima comprova, desmascaro só aqui dois mitos que de forma recorrentemente incorrecta são invocados. O primeiro é que "se podem passar meses sem ver a luz do sol". Então que querem mais? Quatro dias seguidos de céu limpo ou pouco nublado, e decerto uns dias lindíssimos!! Só não veem o sol se não quiserem.
O segundo, é que existem sempre uns nevões do caraças, que cobrem os carros com vários palmos de neve, e que depois passam eternidades a limpar os carros, ou os passeios. Nesta previsão acima, não vejo nenhuma queda de neve, mas se calhar sou eu que estou a ver mal a coisa.
Ok, arrefece um pouco mais do que o habitual durante a noite, mas também, de noite é para estar em casa, não para andar ao laré.

sábado, janeiro 16, 2010

Aparte linguístico

Quando fui para a Polónia, fui com a ilusão de pensar que ia melhorar o meu inglês pois estaria a trabalhar num ambiente multicultural e num país estrangeiro. Vão pensamento, pois cedo me apercebi que ia piorar. E piorou.
Agora que estou em Portugal, estou a sentir que o meu nível de português também pode ser afectado negativamente, pois são muitos os portugueses que falam/escrevem mal à brava. E não me estou a referir aos adolescentes k eskrevem usando linguagem das mensagens escritas. Um amigo de um amigo enviou-me uma apresentação dada em aula por um professor universitário (e de uma universidade com renome.....só em Portugal, claro). Passo a enunciar alguns exemplos do que refiro:
"...As equipas ou indivíduos, a representar cada uma dos ministérios, deve ser diferentes..."
"...de acordo com o acima mencionada..."
"...clarificar se devem funcionário ou outros interessados deve fazer verificação de informação..."
"...as premissas e que essa análise de fundamenta..."
E escuso-me de colocar aqui as falhas na acentuação. Assim não surpreende que os alunos jovens de hoje falem cada vez pior português. A culpa primária acredito que não seja deles, talvez seja dos professores que enfim....nem sequer sabem para eles próprios.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Polishspotting (em Lisboa) IV

Quando? Um qualquer sábado, há dois meses atrás. Onde? Metropolitano, linha verde. Quem? Dois homens nos seus 40 anos.
Entraram na estação dos Anjos, com roupa de trabalho da construção e pese embora algum barulho, bastaram algumas palavras (incluindo kurw*) para confirmar que eram polacos. E pelo que falavam, deu para perceber que pelo menos de Lisboa ainda não tinham muito tempo. Isto porque um deles estava a dizer que tinham feito burrada ao seguir na direcção baixa-chiado e que depois tinham de mudar de linha duas vezes, quando na verdade iam para a cidade universitária. Tinham sem dúvida um sotaque forte, mas não consigo ainda identificar de onde são os sotaques polacos (o meu palpite é que seja do sudeste). Não me apeteceu meter conversa.

domingo, janeiro 10, 2010

Mitos VIII - Na Polónia só há polacos

Este ponto se calhar não é bem um mito. Em termos estritos, de facto já existem umas quantas dezenas de milhares de estrangeiros a trabalhar ou estudar na Polónia. Por exemplo não é dificil encontrar nas grandes cidades pessoas nos seus 40 anos que vieram por exemplo de paises africanos estudar para a Polónia e assentaram raízes. Ou refugiados. Ou vietnamitas que tipicamente trabalham na área de restauração. Ou estudantes da Bielorrússia ou Ucrânia que pela proximidade e pelo facto de a Polónia já ser da União Europeia escolhem-na para fazer a universidade. E claro, são visiveis os expatriados de países da Europa Ocidental e dos EUA, assim como as manadas de Erasmus.
Mas não me parece que se consiga identificar nenhuma grande comunidade estrangeira a viver na Polónia. Por exemplo, a comunidade polaca na Irlanda dá nas vistas pelo seu número e concentração (tal como p.ex. os brasileiros em Portugal). A mais relevante são os ucranianos, e só são cerca de 0,6% da população (cerca de 230000)
Já agora como nota de rodapé, convém ter algum cuidado quando se conhece algum estrangeiro para não começar logo a dizer cobras e lagartos acerca da Polónia. Conheci alguns estrangeiros com dupla nacionalidade/descendentes, de Portugal e dos EUA particularmente, mas felizmente nunca cometi nenhuma gafe grave.

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Viagens na terra de outros - Białystok

Białystok, cidade praticamente a dois passos da fronteira com a Bielorrússia é também a maior cidade do Nordeste da Polónia. Zona pobre esta (das mais pobres da Polónia) pelo que olhando para esta cidade é dificil dizer que se trata do Centro da Europa. Não, é Leste da Europa.
Como cidade para fazer turismo, realmente existem dezenas de outras opções mais óbvias. Todavia, acima de tudo, como cidade fronteiriça existe uma forte mescla cultural. Até porque do outro lado está um país com uma ditadura à moda antiga, além de um passado de grande diversidade. Infelizmente, e como só fiz uma paragem de algumas horas entre uma viagem rumo à Lituânia não deu para explorar convenientemente a cidade neste ponto. Tem um palácio engraçado, umas igrejas (católicas e ortodoxas) e em termos de monumentos e de arquitectura é mesmo só isto.

Mas, esta cidade é berço de duas pérolas polacas. A primeira, é o facto de ser o principal centro de produção de álcool da Polónia e de onde é oriunda a magnífica Żubrówka. A segunda, e mais interessante, é que foi nesta cidade que nasceu o Esperanto, língua criada pelo judeu Ludovic Zamenhof. Fundamental citar o extracto de uma das suas cartas para explicar a necessidade de criar a língua no final do século XIX: "The place where I was born and spent my childhood gave direction to all my future struggles. In Bialystok the inhabitants were divided into four distinct elements: Russians, Poles, Germans and Jews; each of these spoke their own language and looked on all the others as enemies. In such a town a sensitive nature feels more acutely than elsewhere the misery caused by language division and sees at every step that the diversity of languages is the first, or at least the most influential, basis for the separation of the human family into groups of enemies. I was brought up as an idealist; I was taught that all people were brothers, while outside in the street at every step I felt that there were no people, only Russians, Poles, Germans, Jews and so on. This was always a great torment to my infant mind, although many people may smile at such an 'anguish for the world' in a child. Since at that time I thought that 'grown-ups' were omnipotent, so I often said to myself that when I grew up I would certainly destroy this evil"